Máxima VI

Não existência! Esta é a única certeza, em termos físicos, que temos da Morte. O que, quer queiramos quer não, é também a única certeza do que fomos antes do nascimento. Essa mesma não existência está ainda representada no nosso passado (ver Máxima V).
Assim sendo, e tendo em conta que já vivemos directamente, (através da sua representação no passado), esta experiência do não-ser, e isso não nos afectou, a morte deverá ser vista, simplesmente, do mesmo modo.


«...é incontestavelmente certo que o não-ser após a morte não pode ser diferente daquele anterior ao nascimento, e portanto também não é lastimável. Um infinidade inteira fluiu, quando ainda não éramos: mas isso não nos aflige de modo algum.» Schopenhauer, Artur, Ǖber Den Tod Und Sein Verhältniss Zur Unzerstorbarteit Unsers Wesens An Sich

7 comentários:

Anónimo disse...

Espaço para muito pensamento..

Desculpa por hoje n te ter ajudado a abrir a porta. lol

Bjhs

Manuel Jerónimo disse...

Com este ainda concordo menos... Honestamente, não vejo como podes afirmar o que quer que seja que aqui escreves...

Pastor disse...

Como assim?

É demasiado óbvio o que foi aqui escrito. Repara, "em termos físicos".

Manuel Jerónimo disse...

Sim, é exactemente o termos físicos o ponto. Em termos físicos, não fazes ideia do que seja qualquer outra coisa do que um momento e depois outro e depois outro e por ai fora, o que não tem nada que ver com o que me parece ser a vida. O antes da nascença não é a morte, nem pode ser nada de semelhante(para nós, diga-se) e se é, ninguém sabe. Muito menos a física que percebe tanto do que é a vida humana como eu da relatividade.

Pastor disse...

Em primeiro lugar, em momento algum pretendi explicar o que é a vida, mas sim um modo de lidar com ela. Nesta máxima aproveitei um excerto do texto de Schopenhauer que eleva a nível metafísico, no entanto, não concordando com ele, tirei as minhas conclusões, isto é, aproveitei aquilo que, a meu ver, está correcto e pode ser proveitoso para o que aqui tento realizar.

Segundo, é tão óbvio que não tinhas existência física antes de nascer, como Júlio César já a não tem. E, é ao pegar nessa constatação que tento demonstrar uma possível maneira de estar na vida menos angustiante.

Não peço que concordes, agora, negar acho que é impossível.

Post Scriptum: Eu não disse que deixas de existir, eu disse que fisicamente deixas de existir.

Manuel Jerónimo disse...

Ah, já percebi a confusão dos termos. Tu estavas a falar do corpo, e eu a falar da exp. Mas mesmo assim, não me parece nada claro que tu antes de nascer não tinhas corpo e que depois não tens. Eu também acho que é assim, mas não é nada claro. Até porque se pensares bem, quando atinges a consciência e portanto, quando nasces para o pensamento, já tens corpo há muito.

Bem, estive a reler o que disseste, e não. Não tens razão nenhuma. Porque falas de corpo, mas afinal tiveste exp disso? Ou sou eu que estou a ler mal? "Assim sendo, e tendo em conta que já vivemos directamente, (através da sua representação no passado), esta experiência do não-ser" Como é que podes experimentar o não-ser? E como é que podes reproduzir isso para a morte? Esse salto é que é completamente incompreensível. Porque o que estás a dizer é que o facto de teres vivido, não interessa, não muda nada, o que é uma mentira total. Ainda que digas, e eu concorde, que a vida não é mais do que um flash, e que correrá na mesma, e que tu estares aqui ou não é o mesmo, não é assim que nós vivemos. E repara que não estou a falar da importância da vida enquanto tal, estou a falar da importância de ter vivido. Esta não é de todo anulável. Ninguém pode dizer, a não ser o falhado, no sentido do desistente, que ter vivido ou não é o mesmo. Não é. Pelo menos para ele. Por isso é que as crianças são inocentes, e os velhos gastos. Por isso é que temos cicatrizes.

Lamento meu caro, mas não vejo como podes dizer o que dizes aqui.

Manuel Jerónimo disse...

Mas acrescentaste um ponto interessante na argumentação quando dizes que o que queres é reduzir a angústia. É essa a felicidade que procuras? É nesse sentido o blog?